segunda-feira, 6 de abril de 2009

Da liberdade e do capital comum

Eu, cidadão desta terrinha que paga impostos, não concordo que o meu dinheiro contributivo seja gasto num monumento "comemorativo" dos 25 anos da Associação 25 de Abril, que vai implicar uma despesa da Câmara Municipal de Lisboa de 65 mil euros tal como especificado em cartaz explicativo da obra, ali mesmo à beira do Estabelecimento Prisional de Lisboa. Se queriam comemorar o golpe de estado, que o façam com as flores próprias dos gatunos encapotados de democratas que ocuparam a direcção da muy nobre nação portuguesa. Mas, não gastem o nosso dinheiro a celebrar um punhado de indigentes que não tem mais nada na vida a não ser o facto de ter sido "capitão de Abril".

quinta-feira, 19 de março de 2009

Da Moral

Morality is simply the attitude we adopt towards people whom we personally dislike.

Wilde, Oscar

quarta-feira, 14 de maio de 2008

O serviço público e o homem das trufas

No dia de ontem (13 de Maio), fazendo jus ao espírito laico e democrático da aura do Governo de Sócrates, por volta das 21h, foi exibido no canal 1 da RTP mais um programa do "Sentido do Gosto" do senhor José Bento dos Santos. Dias depois de mais uma publicitada campanha do Banco Alimentar Contra a Fome, e minutos depois de vermos anunciada mais uma subida do preço dos combustíveis, o senhor Santos apareceu na televisão a fazer a apologia de receitas elaboradas com trufas cujo preço por quilograma ascende aos seis mil euros. Enquanto ouvia o senhor falar com a iluminada sexual Marta Crawford, questionava-me sobre até onde vai o serviço público para fazer esquecer as agruras dos orçamentos familiares, fazendo-nos pensar em coisas mais espirituais como as tais trufas brancas ou pretas cujo preço por kilo chega aos valores já mencionados.

Pondo de parte a dose de sarcasmo que é necessária para ver fenómenos destes apenas como desvairos diletantes não gosto de saber que o valor que pago todos os meses como *contribuição para o audio-visual* na conta da EDP é usado para pagar ao senhor Santos para falar de trufas de seis mil euros. O senhor Santos estaria bem num canal privado, a falar de trufas de seis mil euros num horário que não o nobre, num canal público, que é sustentado por todos os contribuintes e utilizadores de electricidade. A presença do senhor Santos revela tão só a postura surda e elitista de uma classe que não tem já vergonha de assumir um figurino jocoso para com uma classe média cada vez mais depauperada.

sexta-feira, 18 de abril de 2008

Tempo

A hora é de Ferreira Leite.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

O sono dos outros

A homenagem nas palavras é sempre bem vinda, mesmo quando póstuma, como é o caso. A simples evocação é um motivo de atenção, só por si. A coisa, na verdade, nem sempre corre bem e, no Diário Digital, a prática e o estilo é mesmo o da asneira. Atente-se ao lead da notícia do falecimento de Ike Turner. Uma pérola, mais uma.

PS: Ao contrário de muitas outras ocasiões, os senhores do DD corrigiram a pérola linguística que estava na página em referência. Antes, podia ler-se "Ike Turner morreu durante o próprio sono", daí o título do post.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2007

A justiça

O título do post, ao contrário do habitual, não está ligado ao conteúdo em si, mas à intenção relativa à necessidade da sua publicação. Antes, aqui neste blog, chamei a atenção para a histeria oca e desprovida de sentido da defesa de Marques Mendes por parte de Vasco Graça Moura. Hoje, faço aqui uma vénia à defesa da língua por si feita, um exercício que considero salutar e cada vez mais imprescindível, dadas as asneiras que vão sendo escritas sobre a temática, como é o caso do editorial do Expresso a que Graça Moura se reporta.

http://dn.sapo.pt/2007/12/12/opiniao/o_expresso_acordo_ortografico.html

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Os senhores da memória

A propósito deste artigo:

http://dn.sapo.pt/2007/11/28/opiniao/o_poder_memoria.html


É curioso verificar a preocupação recente dos senhores do lado esquerdo da margem com a memória. É interessante reparar o quão maleável é a memória recente, o quão flexível é o entendimento sobre a mesma, e a forma vociferada das alocuções ao louco período revolucionário. É importante sublinhar que, a par da história dos últimos trinta anos, talvez fosse mais importante interpretar os últimos 60 ou 70 anos, e tentar colocar em primeiro plano as temáticas importantes em vez do contínuo movimento repetitivo de lembrança sobre as possibilidades de apreciação das implicações sociais e históricas do acto de um punhado de indivíduos que lideraram a tomada do poder, a 25 de Abril de 1974.